quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viajando - Ouro Preto/MG

Fazem exatamente duas semanas que cheguei de uma viagem super divertida e bem diferente. Em todas as minhas férias eu viajava para algum lugar praiano, por isso decidimos ir para algum lugar bem diferente e escolhemos Ouro Preto. 
 Saí do Rio de Janeiro e fiz uma parada de 40 minutos em um restaurante de estrada, com a parada, levamos 6:30 para chegar. Os caminhos para Ouro preto tem uma paisagem de interior toda a viagem, e passamos por três ou quatro cidades, dentre elas Santos Dumont, Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora. Chegamos em Ouro Preto e nos deparamos com um clima bem mais quente do que estavam dizendo. Durante dia o clima variava entre 24 e 19 graus durante o dia, o que para mim não é frio, já que morei muito tempo em uma cidade com essa temperatura. Durante a noite, o frio apertava e em uma madrugada chegou a 2 graus e neste dia a manhã estava com a serração baixíssima, dava para sentir gotinhas no rosto, isto porque Ouro Preto fica muito alto. 
 Falemos da cidade. Ouro Preto é uma cidade que faz você viver e respirar história e cultura. No primeiro dia, estava em um café na praça principal e vi pessoas deitadas no chão, cobertas de um liquido vermelho, fiquei preocupada e fui dar uma olhada, descobri que era uma companhia de teatro.  Isso é muito comum na cidade, tem arte para todo o lugar. 
Depois deste dia isto virou rotina, no segundo dia vi dois mímicos fazendo uma cena, no terceiro dia vi dois "bêbados" fingindo uma briga de bar. No último dia aconteceu o que achei mais encantador. Um rapaz vestido de príncipe tocando violino estava rodando a cidade e recitando poesias para uma bailarina que dançava o tempo todo, com sorriso no rosto naquelas ruas de pedras. Ele narrava uma história de amor, que não sei dizer o inicio nem o fim, porque só o encontrei uma vez perto de uma outra coisa que adorei. Haviam vários sebos de beira de rua com livros expostos nas pontes, encontrei um o qual o vendedor era da minha cidade e ficamos conversando um tempo. É muito comum encontrar pessoas hippies ou que viajantes vendendo artesanato, livros, poesia e tudo relacionado a isso. No último dia também encontrei três pessoas pintadas de azul e cabelos vermelhos assustando as pessoas. 

Fui nas informações para turistas logo no primeiro dia e o rapaz me atendeu muito bem, ele me deu um mapa e marcou no mapa todos os caminhos que deveria fazer para chegar nos museus, igrejas e monumentos mais importantes da cidade. O primeiro lugar que eu fui a casa dos contos. 
 Lá estão toda a história financeira do país, algumas medalhas, a produção das primeiras "moedas" e tem uma senzala, que eu achei que era completa, mas era somente a cozinha dos escravos e um pátio. Tinha uma biblioteca enorme com vários livros trazidos e produzidos em Ouro Preto e cartas escritas na época, além de ter uma pequena exposição de artes ao lado. Na casa dos contos é permitida a entrada de cachorros de pequeno porte no colo e a visitação é gratuita. 


Muitos lugares de visitação lá não pode fotografar dentro. Um exemplo é o museu da inconfidência que fica na praça Tiradentes, principal praça de Ouro Preto. Assim que entramos nos deparamos com a história da inconfidência, os objetos, roupas e meios de transporte da época, chegando a uma sala com os túmulos de 10 inconfidentes, logo em seguida conhecemos o presídio da época. Subimos então para o segundo andar e vemos várias imagens religiosas, móveis da época, vestimentas dos padres católicos e objetos relacionados á religião, vemos também algumas obras de aleijadinho. O passeio é enorme e lá dentro é tudo muito lindo. Para entrar é pago 10 reais inteira e 5 reais meia-estudante e idoso. 
Outra atração muito interessante e bonita de Ouro preto, além de ser uma das principais, que não pode fotografar é a igreja de Nossa senhora da Penha. A igreja é toda planejada para dar idéia da superioridade de Deus e da grandiosidade dos céus, exemplo disto são as paredes da igreja que são inclinadas para fora, assim o teto fica maior representando os céus. Assim como tudo em Ouro Preto, a igreja é totalmente barroca e simbolista e tem seu interior coberto de ouro. Embaixo da igreja também tem um pequeno museu de objetos da liturgia religiosa da época.

  Também fui na igreja de Santa Efigênia. A única igreja de Ouro Preto para negros, onde materiais relacionados ao candomblé e religiões africanas estão misturados com objetos da igreja católica, como búzios no altar junto com os anjos. Outro detalhe interessante de dizer são os anjos, que normalmente estão sérios mas que nesta igreja estão sorrindo, para representar a alegria de estar perto dos céus. Também há um padre negro no teto e números no chão, que são túmulos. A igreja também segue o estilo barroco e como ele é simétrico existe um relógio falso para combinar com o verdadeiro da torre direito, e o túmulo da última cuidadora escrava da época está em frente a igreja, também existem um túmulo falso ao lado para seguir a simetria. 
Não consegui fotografar esta, por isso peguei uma foto no Google.
Nesta igreja encontramos um guia super legal que nos contou várias histórias que só quem mora lá sabe e nos orientou a conhecermos uma mina de ouro. Fiquei louca para ir mas fiquei com medo de não conseguir entrar, mas fomos. 
A mina tem aproximadamente 1 metro de largura e 1,70 de altura, é mais fria e o clima é úmido porém tem o ar um pouco rarefeito. Temos que usar capacete e entrar com uma lanterna. Entramos com um guia que conta histórias que ocorreram lá dentro e explicam como as marcas surgiram, como os escravos encontravam ouro. Provavelmente as histórias que mais me comoveram foi um túnel de muito fundo não tinha oxigênio, cavado por escravos de maioria idosa que morreram cavando-o, porém não tinha quartzo , o sinal de ouro, então todos acham que a exploração foi para matá-los. 

Outra história foram os buracos pequenos que existem lá dentro, cavados por meninos de 12 anos que tinham sua produção de hormônios interrompida para não crescer mais. Um dia a área onde maioria trabalhava desmoronou e todos morreram, então os portugueses simplesmente arrumaram o solo em cima dos corpos e mandaram novos escravos. 
 A mina do Jeje é a menor mina de Ouro Preto e com o ambiente mais comum desde temperatura até umidade. As mortes na caça ao ouro em ouro preto foi maior que as vítimas da segunda guerra mundial e do holocausto juntos, porém isso não é divulgado em livros e escolas. 

A cidade é bem pequena e apertada por isso é muito mais fácil percorrê-la a pé, já que para encontrar um estacionamento é difícil. Os pontos turísticos são muito próximos então é mais fácil caminhar, porém os calçados indicados são os baixos, as ruas são pedras e todas são morros e ladeiras, não dá para aguentar 20 minutos de salto ali. Durante a noite só tem alguns bares com música e umas festas em bares já que também é uma cidade de universitários. As coisas na cidade fecham muito cedo, dez horas já está quase tudo fechado. No primeiro dia quase ficamos sem jantar porque saímos 11 horas para procurar comida. 

 Ouro preto é uma cidade muito agradável de visitar, relaxar e fazer coisas que normalmente não é possível no dia-a-dia da cidade como deitar na praça e ler toda a tarde, ver o pôr do sol ou visitar museus. Quando estava caminhando nas ruas da cidade ficava imaginando o tempo todo que os grandes heróis da inconfidência e reis e rainhas da época andavam ali e o que eles faziam, já que a cidade preservou cada pedrinha do chão. O passeio é um prato cheio para estudantes de história, arte, letras, até mesmo teatro, e religiosos, mas todos deveriam conhecer uma cidade como Ouro Preto. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Reencontrar a minha parte


Hoje meu pai foi novamente a procura de aulas de teclado, e dessa vez ele foi á minha antiga escola de música. Chegando lá, ele encontrou meu antigo e adorado professor de prática e depois de quase  3 anos ele perguntou como eu estava, se eu continuava tocando, deu vários conselhos e ainda disse que eu era a melhor aluna de violão clássico que ele já teve. Quando meu pai chegou em casa todo alegre me contando, me emocionei. Sinto uma saudade, que chega a doer, das aulas de música, dos desafios e descobertas desse mundo maravilhoso e do meu professor.  
Ele que disse que eu deveria aprender um pouquinho de escala, mesmo fazendo violão popular, e que depois de alguns meses ver meu desenvolvimento me dizer que iria começar  a me dar aula de clássico e deixar o popular pra segundo plano.  Por ele que fui obrigada a abandonar o popular e me aprofundar em Tom Jobim, Bossa Nova, Nando Reis, Bach e me ajudou a  tocar desde solos que eu sempre sonhei, stairway to heaven é inesquecível pra mim, até músicas clássicas da Finlândia e afins que hoje se tornarão um amor. Descobrir este amor pelo instrumento clássico é algo que não tenho como agradecer e que mudou meu rumo na música.
 Claro que tenho que agradecer também pelas broncas quando não tinha a peça preparada, quando recusei me apresentar no especial de natal, quando chamava Dó de “C” e quando reclamava demais do metrônomo, dei graças a deus quando ele finalmente quebrou :D.

 Parei de estudar música por que queria ir para uma escola reconhecida , Villa Lobos, mas nesse meio tempo chegou a hora de decidir qual universidade fazer, qual faculdade cursar e tudo se complicou.  Queria relações internacionais, então entrei no curso de Francês e a música foi sendo jogada de lado. Aos  16 era o Francês, aos 17 era muito nova para ir pra tão longe sozinha e então chegou os 18. Saí do Francês, fiz a prova da Villa Lobos, fiz o Enem e todos os vestibulares de qualidade do Rio de Janeiro, passei em tudo e chegou a decisão mais difícil, qual escolher? Escolhi letras e confesso que quando escolhi o curso, pensei que poderia me ajudar nas minhas composições, que nunca pararam. Por isso, esse ano voltarei para o meu querido curso, e esse encontro só aumentou minha vontade. Voltei a praticar minhas peças, organizei meu horário e o meu coração já está pulando de ansiedade para matar a saudade de um velho conhecido: meu bom e velho violão. 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Remember when we were all friends?

Seja simpática. Faça o máximo de amigos. Ser popular. 
Regras e normas tão introduzidas em nossa mente que já se tornou normal pessoas ficarem doentes ou tristes por só ter um amigo. Isso já funcionou comigo, ter poucos amigos me deixava triste, quando tive muitos me senti bem. Brincar em grupo, sair com vários, sempre foi a resposta para os problemas e o topo da minha lista de "coisas essenciais". Desde essa época tudo mudou, eu me mudei, mudei e somente dois ou três amigos restaram da época popular, muitos outros dizem tudo e não fazem nada. Durante essa mudança conheci novos amigos e depois de perder muitos comecei a observar algumas coisas que direi agora para vocês. Começando pelo mais simples, ninguém nunca será igual a você. 
Por mais que pense que aquela pessoa é perfeita e gosta de tudo que você gosta, uma hora algo acontece e você descobre da pior forma que a pessoa é pior do que imaginava. Outra coisa que aprendi, não só com amigos, mas com a vida, é que nunca se deve esperar demais de alguém ou pelo menos que esse alguém retribua algo que você fez por ele. As memórias nos últimos tempos andam curtas, mas sabe aquela história de que a memória apaga tudo que não é importante? Está acontecendo tudo ao contrário. Fugindo um pouco do tema, os casais formados nas novelas são eternamente lembrados, os políticos que te roubaram são esquecidos em um estalar de dedos, e isso acontece na vida. Seja legal, simpático, ajude, eles te amam, você pensa.
Diga que discorda, que acha feio, tente argumentar, eles te criticam e negam voz, você enxerga a verdade de como tudo funciona. E isso me leva ao último tema. 
Nunca ache que conhece alguém ou confie demais. Uma coisa que aprendi em toda minha vida e que funciona em todas as áreas. Confiar é essencial, mas não confie demais. Nunca deixe alguém saber dos seus maiores segredos, eles são seus e se fossem para serem espalhados, seriam notícias e não segredos, como escutei uma vez " Não conte para as folhas os que você não quer que o vento espalhe".
Penso completamente diferente, se não gosto de algo, simplesmente deixo, mas as pessoas não são assim, elas pegam tudo que você disse, todos os seus erros e contam ao mundo até te arruinar.  
Quando fui simpática todo o tempo, fui posta na situação mais humilhante da minha vida, simplesmente por achar que conhecia a pessoa e que nunca passaria por isso com ela. Quando achei que a pessoa era perfeita, ela simplesmente virou as costas e me deixou triste por meses, simplesmente por ter tanta certeza de que as afinidades seriam algo importante. Quando contei meus maiores segredos, esperei demais e dei minha opinião, ela me ligou disse três palavras e saiu, simplesmente por achar que a maturidade era algo que crescia com o tempo, simplesmente por achar que conhecia, simplesmente por confiar. Quando sorri, confiei, contei e esperei, passei os piores anos da minha vida. Esperar demais de alguém em um mundo onde os valores se inverteram, tudo é antiquado, ridículo , onde o bonita são seus atributos físicos é a maior perda de tempo, cada dia mais noto isso, ninguém nunca vai te agradecer por escutá-la horas a fio mais te condenará na primeira vez que você disser que está cansado e não quer ouvi-la. Ainda acredito que encontrarei alguém que valorize o sorriso, a confiança, a amizade, o antiquado e a gratidão. Já encontrei poucos, mas os momentos com eles valeram cada grão de segundo, porque é muito bom saber que pode falar ou agir como quiser, que nada será usado contra você. Como achar isso? Pegue uma lupa, filtre seus amigos ( invejosos, infantis, bobos e oportunistas principalmente), tire tudo que te faz sentir-se oprimido, tímido, tenso, aproxime-se daquele amigo que você adora mais não fala muito, seja feliz com o pouco de qualidade, quebre barreiras e faça o que tem vontade. Só assim você terá os melhores momentos de sua vida, e os lembrará para sempre porque você e seus amigos não ficaram juntos pra sempre, mas saberão que amaram cada instante juntos e que tem ao lado alguém que vale a pena.

sábado, 5 de julho de 2014

Sempre vou ter isso.

Acabei de ler Todo dia de David Levithan e apesar de não ser o melhor livro do ano marquei vários quotes, porém um no finalzinho do livro me chamou a atenção. Talvez porque o final tenha me decepcionado, talvez porque instantes depois eu aceitei de que esse não era o final que eu queria mas era assim que tinha de ser. 
    Escrevi várias canções, poesias e todo o possível e até hoje me entristeço ou me alegro ao lembrar de tudo que aconteceu, as vezes acho que estou limitando uma parte da minha vida e as vezes acho que tudo corre na perfeita normalidade, mas é claro que não. Quatro, cinco é tempo demais e ainda lembro, ainda penso, ainda vejo ( será??), e eu sei que já está na hora de parar. De parar com tudo, de pensar, de respirar, de mim, de você, de todos. Na hora de parar pra pensar, parar e mudar, parar para começar tudo de novo, direito e será difícil, já é difícil parar, imagina reiniciar, como em todo sistema, demora muito mais. 
   Estou sempre tentando encontrar a solução em uma boa conversa, não ficar parada é a chave, ler demais talvez seja também, mas já vi que não dá pra continuar, porque ultimamente ando tão pra baixo, que meu corpo me pede para parar. 
  Não digo que foi tudo de ruim, tenho músicas maravilhosas, momentos significativos e aprendi demais, talvez até seja a história mais interessante da minha vida, por isso venho tentando apagar completamente. 
   Após tentar mais do que devia eu tenho percebido, junto com todas essas conclusões, que nunca apagarei completamente, mais do que já fiz não dá, e é nessa hora que esse lindo livro aparece, essa linda frase aparece e eu percebo intervalos existem, paradas não. 

" Nunca vou ter uma fotografia dele para levar no bolso. Nunca vou ter uma carta com a letra dele, nem um álbum com recortes com tudo que fizemos. Nunca vou dividir um apartamento com ele na cidade. Nunca vou saber se estamos ouvindo a mesma canção na mesma hora. Não vamos envelhecer juntos. Não vou ser a pessoa pra quem ele vai ligar quando tem problemas. Ele não vai ser a pessoa pra quem vou ligar quando tiver histórias para contar. Nunca vou conseguir guardar nada que ele me deu. 
 Eu o observo enquanto ele adormece perto de mim. Observo enquanto respira. Observo enquanto os sonhos assumem controle. 
 Esta lembrança. 
Só vou ter isso. 
Sempre vou ter isso. 
E ele vai se lembrar disso também. 
 O tempo segue. O universo se expande. 
Digo adeus. "