segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Sou a louca aqui..

Alice é uma quebra cabeça com partes em todo lugar. 
Ela entrega suas peças, para ficar difícil de montar. 
Muitos acham que ela é sensatez, outras que deveria madurar. 
 Poucos sabem das piores partes, separadas, uma em cada lugar. 

Alice é um outro universo de segredos, prestes a transbordar. 
Segredos inimagináveis, que depois de séculos, aprendeu a guardar. 
Mais deseja contar a todos, que existe muita coisa que ela queria acreditar
mas não acredita em nada delas, no entanto, teme decepcionar. 
 
Alice precisa da lagarta para se libertar, apesar, da sua função ser o gafanhoto e aconselhar. 
Seus sonhos são tão profundos, que a realidade pode alterar e muitos ainda dizem, que ela precisa sonhar. 
 Ninguém sabe seu lado obscuro, que ela escolhe não mostrar. 
Aguenta o peso do mundo para não o libertar. 

Alice tem essa tendência muito grande de se apaixonar. 
Três ou quatro amores ao dia, é melhor nem se aproximar. 
Ela tem crise de identidades e não sabe muito bem onde deve estar. 
Deve ser porque ela perdeu seu Norte, no Sul Deste lugar. 

Alice quase morreu no frio glacial que veio de lá, nesse momento ela parou de se importar. 
Agora ela ama muitos que não consegue tocar. 
Suporta tudo, parece feliz e todos tem certeza que ela nunca vai dinamitar. 
Mas as vezes Alice sente que está presa na toca do coelho com a perna grande demais ou uma saída pequena demais. 

 Calma Alice, um dia, você vai acordar!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Flanar.

Em todos os lados rosto vazios. Que passam, só passam.  Alguns iluminam, outros apagam, muitos outros nada fazem.
Quantos por ali passaram, quantos por ali choraram, tantos por ali ficaram.
Alguns doutores,  outros sonhadores, muitos ninguém.
No pequeno universo somos tudo, na multidão partículas passantes, mais rápido que o trem que já indica sua parada.
Não importa se é feliz ou triste. Se perdeu ou ganhou. A profissão, os crimes, a sexualidade. Para o povo, só mais um que passou.
 E se a importância só existe no mundo particular?
 E se tudo acabasse agora, o mundo realmente pararia de girar?
 Olhando do alto nada é visto.
 Humanidade fadada a flanar, quando o maior medo da humanidade é não significar.
Todos são importantes. Muitos tem seu mundo de admiradores. Tantos não são
 Todos não somos.
Somos grãos de areia que se soprados não derrubam o castelo.
Somos passantes, "flâneres".
Somos faces inexpressivas nas veias do palco principal.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Viajando - Ouro Preto/MG

Fazem exatamente duas semanas que cheguei de uma viagem super divertida e bem diferente. Em todas as minhas férias eu viajava para algum lugar praiano, por isso decidimos ir para algum lugar bem diferente e escolhemos Ouro Preto. 
 Saí do Rio de Janeiro e fiz uma parada de 40 minutos em um restaurante de estrada, com a parada, levamos 6:30 para chegar. Os caminhos para Ouro preto tem uma paisagem de interior toda a viagem, e passamos por três ou quatro cidades, dentre elas Santos Dumont, Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora. Chegamos em Ouro Preto e nos deparamos com um clima bem mais quente do que estavam dizendo. Durante dia o clima variava entre 24 e 19 graus durante o dia, o que para mim não é frio, já que morei muito tempo em uma cidade com essa temperatura. Durante a noite, o frio apertava e em uma madrugada chegou a 2 graus e neste dia a manhã estava com a serração baixíssima, dava para sentir gotinhas no rosto, isto porque Ouro Preto fica muito alto. 
 Falemos da cidade. Ouro Preto é uma cidade que faz você viver e respirar história e cultura. No primeiro dia, estava em um café na praça principal e vi pessoas deitadas no chão, cobertas de um liquido vermelho, fiquei preocupada e fui dar uma olhada, descobri que era uma companhia de teatro.  Isso é muito comum na cidade, tem arte para todo o lugar. 
Depois deste dia isto virou rotina, no segundo dia vi dois mímicos fazendo uma cena, no terceiro dia vi dois "bêbados" fingindo uma briga de bar. No último dia aconteceu o que achei mais encantador. Um rapaz vestido de príncipe tocando violino estava rodando a cidade e recitando poesias para uma bailarina que dançava o tempo todo, com sorriso no rosto naquelas ruas de pedras. Ele narrava uma história de amor, que não sei dizer o inicio nem o fim, porque só o encontrei uma vez perto de uma outra coisa que adorei. Haviam vários sebos de beira de rua com livros expostos nas pontes, encontrei um o qual o vendedor era da minha cidade e ficamos conversando um tempo. É muito comum encontrar pessoas hippies ou que viajantes vendendo artesanato, livros, poesia e tudo relacionado a isso. No último dia também encontrei três pessoas pintadas de azul e cabelos vermelhos assustando as pessoas. 

Fui nas informações para turistas logo no primeiro dia e o rapaz me atendeu muito bem, ele me deu um mapa e marcou no mapa todos os caminhos que deveria fazer para chegar nos museus, igrejas e monumentos mais importantes da cidade. O primeiro lugar que eu fui a casa dos contos. 
 Lá estão toda a história financeira do país, algumas medalhas, a produção das primeiras "moedas" e tem uma senzala, que eu achei que era completa, mas era somente a cozinha dos escravos e um pátio. Tinha uma biblioteca enorme com vários livros trazidos e produzidos em Ouro Preto e cartas escritas na época, além de ter uma pequena exposição de artes ao lado. Na casa dos contos é permitida a entrada de cachorros de pequeno porte no colo e a visitação é gratuita. 


Muitos lugares de visitação lá não pode fotografar dentro. Um exemplo é o museu da inconfidência que fica na praça Tiradentes, principal praça de Ouro Preto. Assim que entramos nos deparamos com a história da inconfidência, os objetos, roupas e meios de transporte da época, chegando a uma sala com os túmulos de 10 inconfidentes, logo em seguida conhecemos o presídio da época. Subimos então para o segundo andar e vemos várias imagens religiosas, móveis da época, vestimentas dos padres católicos e objetos relacionados á religião, vemos também algumas obras de aleijadinho. O passeio é enorme e lá dentro é tudo muito lindo. Para entrar é pago 10 reais inteira e 5 reais meia-estudante e idoso. 
Outra atração muito interessante e bonita de Ouro preto, além de ser uma das principais, que não pode fotografar é a igreja de Nossa senhora da Penha. A igreja é toda planejada para dar idéia da superioridade de Deus e da grandiosidade dos céus, exemplo disto são as paredes da igreja que são inclinadas para fora, assim o teto fica maior representando os céus. Assim como tudo em Ouro Preto, a igreja é totalmente barroca e simbolista e tem seu interior coberto de ouro. Embaixo da igreja também tem um pequeno museu de objetos da liturgia religiosa da época.

  Também fui na igreja de Santa Efigênia. A única igreja de Ouro Preto para negros, onde materiais relacionados ao candomblé e religiões africanas estão misturados com objetos da igreja católica, como búzios no altar junto com os anjos. Outro detalhe interessante de dizer são os anjos, que normalmente estão sérios mas que nesta igreja estão sorrindo, para representar a alegria de estar perto dos céus. Também há um padre negro no teto e números no chão, que são túmulos. A igreja também segue o estilo barroco e como ele é simétrico existe um relógio falso para combinar com o verdadeiro da torre direito, e o túmulo da última cuidadora escrava da época está em frente a igreja, também existem um túmulo falso ao lado para seguir a simetria. 
Não consegui fotografar esta, por isso peguei uma foto no Google.
Nesta igreja encontramos um guia super legal que nos contou várias histórias que só quem mora lá sabe e nos orientou a conhecermos uma mina de ouro. Fiquei louca para ir mas fiquei com medo de não conseguir entrar, mas fomos. 
A mina tem aproximadamente 1 metro de largura e 1,70 de altura, é mais fria e o clima é úmido porém tem o ar um pouco rarefeito. Temos que usar capacete e entrar com uma lanterna. Entramos com um guia que conta histórias que ocorreram lá dentro e explicam como as marcas surgiram, como os escravos encontravam ouro. Provavelmente as histórias que mais me comoveram foi um túnel de muito fundo não tinha oxigênio, cavado por escravos de maioria idosa que morreram cavando-o, porém não tinha quartzo , o sinal de ouro, então todos acham que a exploração foi para matá-los. 

Outra história foram os buracos pequenos que existem lá dentro, cavados por meninos de 12 anos que tinham sua produção de hormônios interrompida para não crescer mais. Um dia a área onde maioria trabalhava desmoronou e todos morreram, então os portugueses simplesmente arrumaram o solo em cima dos corpos e mandaram novos escravos. 
 A mina do Jeje é a menor mina de Ouro Preto e com o ambiente mais comum desde temperatura até umidade. As mortes na caça ao ouro em ouro preto foi maior que as vítimas da segunda guerra mundial e do holocausto juntos, porém isso não é divulgado em livros e escolas. 

A cidade é bem pequena e apertada por isso é muito mais fácil percorrê-la a pé, já que para encontrar um estacionamento é difícil. Os pontos turísticos são muito próximos então é mais fácil caminhar, porém os calçados indicados são os baixos, as ruas são pedras e todas são morros e ladeiras, não dá para aguentar 20 minutos de salto ali. Durante a noite só tem alguns bares com música e umas festas em bares já que também é uma cidade de universitários. As coisas na cidade fecham muito cedo, dez horas já está quase tudo fechado. No primeiro dia quase ficamos sem jantar porque saímos 11 horas para procurar comida. 

 Ouro preto é uma cidade muito agradável de visitar, relaxar e fazer coisas que normalmente não é possível no dia-a-dia da cidade como deitar na praça e ler toda a tarde, ver o pôr do sol ou visitar museus. Quando estava caminhando nas ruas da cidade ficava imaginando o tempo todo que os grandes heróis da inconfidência e reis e rainhas da época andavam ali e o que eles faziam, já que a cidade preservou cada pedrinha do chão. O passeio é um prato cheio para estudantes de história, arte, letras, até mesmo teatro, e religiosos, mas todos deveriam conhecer uma cidade como Ouro Preto. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Reencontrar a minha parte


Hoje meu pai foi novamente a procura de aulas de teclado, e dessa vez ele foi á minha antiga escola de música. Chegando lá, ele encontrou meu antigo e adorado professor de prática e depois de quase  3 anos ele perguntou como eu estava, se eu continuava tocando, deu vários conselhos e ainda disse que eu era a melhor aluna de violão clássico que ele já teve. Quando meu pai chegou em casa todo alegre me contando, me emocionei. Sinto uma saudade, que chega a doer, das aulas de música, dos desafios e descobertas desse mundo maravilhoso e do meu professor.  
Ele que disse que eu deveria aprender um pouquinho de escala, mesmo fazendo violão popular, e que depois de alguns meses ver meu desenvolvimento me dizer que iria começar  a me dar aula de clássico e deixar o popular pra segundo plano.  Por ele que fui obrigada a abandonar o popular e me aprofundar em Tom Jobim, Bossa Nova, Nando Reis, Bach e me ajudou a  tocar desde solos que eu sempre sonhei, stairway to heaven é inesquecível pra mim, até músicas clássicas da Finlândia e afins que hoje se tornarão um amor. Descobrir este amor pelo instrumento clássico é algo que não tenho como agradecer e que mudou meu rumo na música.
 Claro que tenho que agradecer também pelas broncas quando não tinha a peça preparada, quando recusei me apresentar no especial de natal, quando chamava Dó de “C” e quando reclamava demais do metrônomo, dei graças a deus quando ele finalmente quebrou :D.

 Parei de estudar música por que queria ir para uma escola reconhecida , Villa Lobos, mas nesse meio tempo chegou a hora de decidir qual universidade fazer, qual faculdade cursar e tudo se complicou.  Queria relações internacionais, então entrei no curso de Francês e a música foi sendo jogada de lado. Aos  16 era o Francês, aos 17 era muito nova para ir pra tão longe sozinha e então chegou os 18. Saí do Francês, fiz a prova da Villa Lobos, fiz o Enem e todos os vestibulares de qualidade do Rio de Janeiro, passei em tudo e chegou a decisão mais difícil, qual escolher? Escolhi letras e confesso que quando escolhi o curso, pensei que poderia me ajudar nas minhas composições, que nunca pararam. Por isso, esse ano voltarei para o meu querido curso, e esse encontro só aumentou minha vontade. Voltei a praticar minhas peças, organizei meu horário e o meu coração já está pulando de ansiedade para matar a saudade de um velho conhecido: meu bom e velho violão. 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Remember when we were all friends?

Seja simpática. Faça o máximo de amigos. Ser popular. 
Regras e normas tão introduzidas em nossa mente que já se tornou normal pessoas ficarem doentes ou tristes por só ter um amigo. Isso já funcionou comigo, ter poucos amigos me deixava triste, quando tive muitos me senti bem. Brincar em grupo, sair com vários, sempre foi a resposta para os problemas e o topo da minha lista de "coisas essenciais". Desde essa época tudo mudou, eu me mudei, mudei e somente dois ou três amigos restaram da época popular, muitos outros dizem tudo e não fazem nada. Durante essa mudança conheci novos amigos e depois de perder muitos comecei a observar algumas coisas que direi agora para vocês. Começando pelo mais simples, ninguém nunca será igual a você. 
Por mais que pense que aquela pessoa é perfeita e gosta de tudo que você gosta, uma hora algo acontece e você descobre da pior forma que a pessoa é pior do que imaginava. Outra coisa que aprendi, não só com amigos, mas com a vida, é que nunca se deve esperar demais de alguém ou pelo menos que esse alguém retribua algo que você fez por ele. As memórias nos últimos tempos andam curtas, mas sabe aquela história de que a memória apaga tudo que não é importante? Está acontecendo tudo ao contrário. Fugindo um pouco do tema, os casais formados nas novelas são eternamente lembrados, os políticos que te roubaram são esquecidos em um estalar de dedos, e isso acontece na vida. Seja legal, simpático, ajude, eles te amam, você pensa.
Diga que discorda, que acha feio, tente argumentar, eles te criticam e negam voz, você enxerga a verdade de como tudo funciona. E isso me leva ao último tema. 
Nunca ache que conhece alguém ou confie demais. Uma coisa que aprendi em toda minha vida e que funciona em todas as áreas. Confiar é essencial, mas não confie demais. Nunca deixe alguém saber dos seus maiores segredos, eles são seus e se fossem para serem espalhados, seriam notícias e não segredos, como escutei uma vez " Não conte para as folhas os que você não quer que o vento espalhe".
Penso completamente diferente, se não gosto de algo, simplesmente deixo, mas as pessoas não são assim, elas pegam tudo que você disse, todos os seus erros e contam ao mundo até te arruinar.  
Quando fui simpática todo o tempo, fui posta na situação mais humilhante da minha vida, simplesmente por achar que conhecia a pessoa e que nunca passaria por isso com ela. Quando achei que a pessoa era perfeita, ela simplesmente virou as costas e me deixou triste por meses, simplesmente por ter tanta certeza de que as afinidades seriam algo importante. Quando contei meus maiores segredos, esperei demais e dei minha opinião, ela me ligou disse três palavras e saiu, simplesmente por achar que a maturidade era algo que crescia com o tempo, simplesmente por achar que conhecia, simplesmente por confiar. Quando sorri, confiei, contei e esperei, passei os piores anos da minha vida. Esperar demais de alguém em um mundo onde os valores se inverteram, tudo é antiquado, ridículo , onde o bonita são seus atributos físicos é a maior perda de tempo, cada dia mais noto isso, ninguém nunca vai te agradecer por escutá-la horas a fio mais te condenará na primeira vez que você disser que está cansado e não quer ouvi-la. Ainda acredito que encontrarei alguém que valorize o sorriso, a confiança, a amizade, o antiquado e a gratidão. Já encontrei poucos, mas os momentos com eles valeram cada grão de segundo, porque é muito bom saber que pode falar ou agir como quiser, que nada será usado contra você. Como achar isso? Pegue uma lupa, filtre seus amigos ( invejosos, infantis, bobos e oportunistas principalmente), tire tudo que te faz sentir-se oprimido, tímido, tenso, aproxime-se daquele amigo que você adora mais não fala muito, seja feliz com o pouco de qualidade, quebre barreiras e faça o que tem vontade. Só assim você terá os melhores momentos de sua vida, e os lembrará para sempre porque você e seus amigos não ficaram juntos pra sempre, mas saberão que amaram cada instante juntos e que tem ao lado alguém que vale a pena.

sábado, 5 de julho de 2014

Sempre vou ter isso.

Acabei de ler Todo dia de David Levithan e apesar de não ser o melhor livro do ano marquei vários quotes, porém um no finalzinho do livro me chamou a atenção. Talvez porque o final tenha me decepcionado, talvez porque instantes depois eu aceitei de que esse não era o final que eu queria mas era assim que tinha de ser. 
    Escrevi várias canções, poesias e todo o possível e até hoje me entristeço ou me alegro ao lembrar de tudo que aconteceu, as vezes acho que estou limitando uma parte da minha vida e as vezes acho que tudo corre na perfeita normalidade, mas é claro que não. Quatro, cinco é tempo demais e ainda lembro, ainda penso, ainda vejo ( será??), e eu sei que já está na hora de parar. De parar com tudo, de pensar, de respirar, de mim, de você, de todos. Na hora de parar pra pensar, parar e mudar, parar para começar tudo de novo, direito e será difícil, já é difícil parar, imagina reiniciar, como em todo sistema, demora muito mais. 
   Estou sempre tentando encontrar a solução em uma boa conversa, não ficar parada é a chave, ler demais talvez seja também, mas já vi que não dá pra continuar, porque ultimamente ando tão pra baixo, que meu corpo me pede para parar. 
  Não digo que foi tudo de ruim, tenho músicas maravilhosas, momentos significativos e aprendi demais, talvez até seja a história mais interessante da minha vida, por isso venho tentando apagar completamente. 
   Após tentar mais do que devia eu tenho percebido, junto com todas essas conclusões, que nunca apagarei completamente, mais do que já fiz não dá, e é nessa hora que esse lindo livro aparece, essa linda frase aparece e eu percebo intervalos existem, paradas não. 

" Nunca vou ter uma fotografia dele para levar no bolso. Nunca vou ter uma carta com a letra dele, nem um álbum com recortes com tudo que fizemos. Nunca vou dividir um apartamento com ele na cidade. Nunca vou saber se estamos ouvindo a mesma canção na mesma hora. Não vamos envelhecer juntos. Não vou ser a pessoa pra quem ele vai ligar quando tem problemas. Ele não vai ser a pessoa pra quem vou ligar quando tiver histórias para contar. Nunca vou conseguir guardar nada que ele me deu. 
 Eu o observo enquanto ele adormece perto de mim. Observo enquanto respira. Observo enquanto os sonhos assumem controle. 
 Esta lembrança. 
Só vou ter isso. 
Sempre vou ter isso. 
E ele vai se lembrar disso também. 
 O tempo segue. O universo se expande. 
Digo adeus. "

domingo, 8 de junho de 2014

Arte, amor, ódio = genialidade. Tomara!

Começo a achar que sou poética demais ou antiquada talvez. Tudo do meu tempo não me satisfaz, desde o romance até as programações culturais. Vejo tanta gente fazendo questão de tanta coisa sem sentido que para mim não faz sentido nenhum continuar a olhar, por isso foco em mim, nos meus objetivos, mas as coisas vem de longe só para me afetar.
 Quando foco no meu mundo, e por meu mundo quero dizer música, literatura e todo tipo de arte, as coisas parecem ser mais claras e confortáveis, mas aí me chega uma aflição do conforto. A aflição de querer produzir arte e então produzo, nunca é boa o suficiente, sempre sem sentido e abstrata. A arte tem em mim efeito catártico? Não sei, mas ela é meu refúgio e meu ninho de cobras.
 A cultura e as relações andam tão confusas que quando encontro algo que me acolhe e me afeta eu gosto tão intensamente disto que chega a ser absurdo, e me dói quando as outras pessoas não compreendem.
 Mas voltando ao meu eu hiper poético, que foi abandonado muitos parágrafos atrás para reclamações sem fundamento. Este eu poético acha que tudo está errado, tudo poderia ser melhor, para isso ele pensa no futuro, pensa no passado e esquece completamente o presente. Minhas intensidades estão desequilibradas não existe meio termo, e eu tento ser mediana. Talvez nada ande dando certo, apesar de me render boas composições que surgem no meio da madrugada, mais uma relação de céu e inferno com a arte.
 De qualquer maneira, minha possível cabeça poética demais me ajuda e me prejudica, e ultimamente só tem prejudicado. Dizem que os maiores gênios se sentem assim, tomara que seja verdade e me torne um deles,  porque ter a melancolia quase igual a de Cazuza, a revolta de Renato e o romance de Humberto não está fácil não.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Intersecções paralelas

Quanto tempo se passou
mal o vi passar
excitação ou hesitação
o que posso falar
noites noites a pensar
entre o sonho e sonhar eu escolhi andar
feliz eu sei que estou
mas que tipo estou a sentir
desde o começo de tudo
não me sinto por aqui
tanto fiz que me perdi
perdi pra onde eu não sei
porque a essência ainda está
no ponto onde comecei
mas agora sei onde terminar.

o caminho que escolhi
eu já sei continuar
mas não sei se é bem aqui que eu gostaria de estar
claro que não deixarei meu pensamento me afetar
mas o inicio sempre me chama
e me diz vamos voltar.

olho  o que já amei
e sei, nunca vou deixar
porque simplesmente ao tocar
 vejo a luz que iluminava tudo
e não reclamo que não sou feliz
faço tudo que quero e que não quero, farei
me dou os conselhos que eu mesma criava
quando nada mais escutei
sempre tem algo que diz,  mais uma vez
é mais forte que eu
me entenda talvez
que abrir mão do êxtase na lucidez
deixa marcas até no que nunca fez.

vivo um dia de cada vez
porque no fim talvez sobreviva um mês
sem saber onde chegarei
já se passaram três
tenho certeza do que faço e que serei feliz
não preciso abrir mão
ouvir o que você me diz
um dia continuarei no caminho não escolhido
porque o paralelo pode se tornar
o certo a ser seguido

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

F.R.I.E.N.D.S



Não me chame de antissocial ou qualquer nome que se aplique a situação, também não me chame de cliché por discorrer sobre um assunto que todo mundo já passou (imagino que sim).
 Sou de uma cidade relativamente pequena e apesar de ter me mudado mais de 15 vezes, entre cidades ao redor e casas diferentes na mesma, passei boa parte da minha vida em uma cidade menor ainda da que eu nasci. Como eram todas muito próximas, não importava o quanto eu me mudasse, os centros comerciais frequentados eram os mesmos, por isso até os 14 anos de idade, conhecia cada rosto que passava por mim. Assim como o tempo que passei nestas cidades, passei todo o meu ensino fundamental na mesma escola e quando me mudei para onde vivo hoje, passei todo o ensino médio. 
Levo tempo para fazer amizades e tenho amizades de tempos. 
Estou muito acostumada a ter amizades de dez anos, quatro anos e a mais curta que mantenho faz um anos e alguns meses. Essa amizade mais curta era amigo de uma amiga e foi tão natural que não conta tanto como algo totalmente novo. No entanto, agora, entrei em uma nova fase da vida e chegar em um lugar onde você não conhece absolutamente ninguém, para mim, é muito estranho. Estar acostumada a chegar todas as manhãs e falar o que você pensa e sente para seus melhores amigos, falar besteiras, falar sobre tudo o que gosta, porque eles já sabem tudo sobre você e até aceitam as babaquices é algo totalmente confortável. Com novas amizades, por mais legais que as pessoas sejam, temos que nos vigiar, guardar o que se pensamos e se sentimos e não sair falando tudo de uma vez, quando a amizade já está mais avançada, contar todas as histórias (e selecionar as apropriadas ) novamente, deixar a pessoa conhecer o que vocês gosta, pode e não pode, de uma maneira que não a assuste é complicado, além dos buracos nas conversas que são preenchidos com o silêncio entediante que você nunca teria com seu melhor amigo. 
Estou adorando fazer novos amigos, conhecer gente nova traz um ar de vigor a vida e faz a gente ver que existem muitas pessoas diferentes e boas por aí, são todos muito legais e simpáticos e até me surpreendo pela quantidade de pessoas em tão pouco tempo. É estranho pensar que minhas amizades de dez, quatro anos começaram assim, com um sorriso murcho, uma pergunta estranha ou simplesmente um trabalho bobo, e hoje não me lembro bem como tudo se desenvolveu para elas chegarem a este ponto, mas sei que essas provavelmente chegarão, apesar de muitas promessas de ótimas amizades terem ficado pelos anos. 
Estou adorando meus novos amigos e morro de medo de perder os antigos ou não tão antigos assim, porém, sei que isso não acontecerá, porque ainda que faça novos e muitos amigos, os antigos e especiais sempre farão falta para aquela hora que precisar de alguém para confiar ou para sair, mas sei que estarão aqui. 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A perfect lyric song.


Este texto será redigido em inglês, não por "ostentação" do idioma, simplesmente por me sentir mais a vontade neste idioma e por fazer mais sem sentido de tal maneira. 

Too young, too dumb to realize that I should give you all my hours when I had that chance. I thought I would have a lot of time, you'd always be by my side, then I said no when you asked me the final question. 
 Three years of you in my life, how should I do? Forget all these years, just erase them from my memory? and everything that happened besides you? Did anything happen besides you? because I didn't notice. How Do I get better, once I've had the best? You said, there's tons of fish in the water, so the water I'll  test. 
 And I tested, but today I saw something about you and her and it made me sad, did I pass through it? I don't think so. 
 The mirrors image says it's home time, but I'm not finished, 'cause you're not by my side. I used to recoganize every single detail of my personality, but you used to do it better. My life was completely happy three years ago and since then everything have been falling apart. 
 Yesterday, all my troubles seemed so far way, love was such an easy game to play, now I need a place to hide away, sundenly I'm not have girl I used to be. 
 You should have stopped and waited I second, because when I looked at you like that, my darling, what did you expect? Ain't we all just runaways? That's what I did, but I knew when I met you, I wasn't letting you go away, but you did. 
 In another life, I would be your girl and we'd keep all our promises, be us against the world. In another life, I would make you stay, so I won't have to say you were the one that got away. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ser ou não ser? ainda é questão?



Hoje após uma aula muito valorosa sobre a nossa insistência de nos denominarmos "modernos", uma vez que só se sabe o que foi moderno para certa época, quando está passa, nos deparamos, me deparei com a questão do ser.
 Com a modernidade, a correria, a insistência em sermos a sociedade superior, desenvolvida ocidental,  a essência do Ser, ficou muito desgastada e esquecida.
Buscamos cada vez mais um motivo para viver, para continuar, no entanto sempre temos os olhos no futuro, no reflexo do que fazemos atualmente e almejamos um objetivo, que alcançado, é rapidamente substituído por outro e ,então, outro ,e assim por diante.
" Ser ou não ser? Eis a questão". Sempre achei está pergunta Shakesperiana muito esquisita ( falta de raciocinar sobre algo tão difundido na nossa cultura, me levou a esta sensação), mas hoje a partir da reflexão da mesmo aula que citei anteriormente, que acabou no levando a discutir a questão religiosa ocidental em contra ponto com a oriental, uma ideia me surgiu. Hoje buscamos muito ser, esquecendo de Ser. Queremos ser ricos, famosos, médicos ou felizes, a busca incessante pelo futuro do ser, é uma marca e então dizemos, " Nossa, o ano passa muito rápido atualmente. " Deixando de lado o Ser, a essência, princípios, espiritualização ( e por isso, não quero dizer religião), o aproveitamento do hoje e a modificação do futuro com o olhar no passado, que para muitos, é desnecessário. Será mesmo que quem vive de passado é museu ou simplesmente um verdadeiro pensador que utiliza exemplos que não deram certo no passado para modificar seu futuro? Será que se não fôssemos tão "modernos" e "futuristas", tão preocupados com o desenvolvimento rápido, não teríamos visto que grandes sistemas políticos foram baseados em um anterior e evitado verdadeiros massacres? O passado é tão ruim assim?
 A cultura Oriental , principalmente da região do Oriente médio, que tanto criticamos e achamos estranha, valorizam seu passado, sua história e isso engessou o desenvolvimento de todas as esferas da sociedade, porém a convergência de ambas as culturas gerou a sociedade atual, sem preocupação com valores, com o espírito, com o SER, e isto nos levou a busca incessante por riquezas, nos levou a esta sociedade cada vez mais degradada, onde o valor do ser humano, não é respeitado, não existe SER HUMANO, existe homem, capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer no futuro, ainda que tenha tudo no presente.
 A resposta de ser ou não ser para os dias de hoje, seria " não ser " e não sei se existe uma maneira de Ser, em tal sistema, será que tem como fugir dele?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Obsolescência temporal e seu mal.



Sinto algo faltando...

Pareço muito mal agradecida e arrogante dizendo isso, mas sinto. Antes qualquer mínima conquista era como a conquista do mundo, e nem conquistava tudo. Então luto, estudo, corro atrás e no mesmo mês conquisto as duas coisas que mais queria na vida e aí olho pro lado, olho para agenda. Quem eu sempre ligava em primeiro lugar não está mais lá, o prazer de levar o objeto novo, a novidade acabou porque não tem mais ninguém para morrer de orgulho, perguntar o que é e recomendar cuidados. Não sei muito bem como a vida e tudo isso funciona ainda, e andam dizendo por aí que o tempo cura tudo, cantando "tempo rei" e isso anda martelando.
 O tempo passa, e tudo começa a melhorar em certo sentido, conseguimos estudar o que sempre sonhamos, nos formar, conseguir o emprego dos sonhos, para alguns, o casamento dos sonhos, cada vez mais sábios, supostamente. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas vão ficando para trás, as pessoas que tinham suma importância, e não estou dizendo aquele seu melhor amigo que não fala mais com você ou o ex, porque, sinceramente, se seu amigo ou namorado não está mais aí e porque não era de verdade, me refiro a pessoas que realmente perdemos, mas que sabemos que lhes fossem permitido, elas estariam com você.
 Peco em dizer, mas digo, ando pensando muito e tenho quase a certeza que se pudesse trocar a faculdade dos sonhos, o trabalho dos sonhos, tudo que aprendi, conheci, todas as amizades que fiz e desenvolvimento, e voltar para a cidade do interior, com três ou quatro amigos, e uma casa perto da mata, com cheiro de infância, sorrisos e abraços não importa a hora que precisasse, longas conversas e conselhos, eu trocaria sem pensar duas vezes, ainda que reclamasse tanto quando tinha.
 Nunca estamos felizes com o que temos, e sei que estou cometendo novamente tal erro, mas essa será uma reflexão final para começar a ficar feliz com o que tenho, só penso o quanto queria ter uma única pessoa aqui para comemorar tudo isso.

Amy Moraes

Festival cliché de saudades e dúvidas desnecessárias.



Depois de muito tempo estou novamente aqui para falar de um assunto que andei refletindo, após tantas mudanças repentinas, porém previstas, na minha vida.

Eu vivia querendo crescer, ir para faculdade e sair logo da escola e pensei que nunca ia sentir falta de nada, observa-se, então, pelo início deste texto, o quão cliché ele será.
 Quando comecei a fazer as provas pro vestibular, fiz logo prova para uma particular, porque, sinceramente, tenho muita sorte, mas quando se trata de concurso é tudo ao contrário, e quando saí da prova do Enem, tinha certeza da minha terrível performance. Saiu o resultado e passei, até semana passada ainda estava extasiada por tamanha conquista, passei para a faculdade e curso que sempre sonhei, mas sempre tem um mas.
 Na hora da matrícula, me bateu aquele sentimento de desistência, ando muito assim ultimamente, eu sabia que aquilo era tudo que eu sempre quis, mas sabia também de todas as mudanças, quase extremas que teria que fazer, comecei a estudar esta semana.
 Na época que reclamava da escola, até mesmo da vida (não que eu tenha parado de fazer), havia me esquecido de como era estranho chegar em um lugar totalmente estranho com rostos mais estranhos ainda, apesar de ter muito ouvido falar. Quando você chega no último ano do Ensino Médio, você já senta perto dos professores e fala de tudo, tem amigos certos que você lancha todo dia, vai embora junto e sempre sai no fim de semana. Não digo que era super popular, mas conhecia cada rosto da escola e sabia quem era amigo, quem podia confiar e quem não gostava de mim só pelo olhar. Agora, chego num lugar onde todos sorriem, me tratam super bem e os amigos do recreio escolar, comemoram minha conquista, mas não tenho certeza aonde ir ou com quem falar, e claro que sei que tudo isso irá mudar, como mudou no médio, mas é muito estranho sentir tanta falta de quem você via todo dia.
Estou começando a ficar meio confusa, eu sei, mas este texto ainda é um dos mais diretos que escrevi. Esses comentários de pessoas antigas na sua vida me levam a um ponto que gostaria de falar aqui, amigos. Fui fazer uma lista de convidados para uma festa, e percebi que na minha lista entraram no máximo 20 pessoas, e fiquei pensando, " Nossa, tenho pouquíssimos amigos, se comparada a lista de outras pessoas", foi ai então que observei os amigos na lista, todos eram pessoas que considero melhores amigos e cheguei a conclusão de que não tenho poucos amigos e sim que tenho muitos ótimos amigos e me senti extremamente abençoada por isso. Muita gente tem uma festa cheia de pessoas e eu tenho uma festa cheia de melhores amigos, que confio e se preocupam, tenho amizades de 10 anos, 5 anos. Isso me deixou tão feliz que meu dia se tornou completo e finalizo este texto, que com certeza para você parece sem propósito, e na verdade está certo, isto aqui foi só mais um desabafo em forma de texto, sem objetivo ou lição. Mas no fim queria dizer, aproveite a escola, você sentirá falta (fim cliché).

Amy Moraes